A vulnerabilidade sísmica de vários edifícios face a um cenário de catástrofe é um fator que tem sido cada vez mais colocado em estudo por parte de vários especialistas. Sem dúvida que as perdas humanas, sociais e económicas causadas por sismos intensos devem-se não só aos danos sofridos por estas construções, mas também pelo seu colapso (no pior dos cenários catastróficos). A KINETIKA hoje explica-lhe um pouco sobre este tema que tem sido alvo de diversas avaliações ao longo de várias décadas.
Que fatores podem influenciar a Vulnerabilidade Sísmica de um certo edifício?
É certo que vários edifícios antigos foram construídos sem ter em vista as ações e consequências que um sismo pode ter nessa mesma zona. Naturalmente não tendo o mesmo planeamento aplicado às estruturas atuais, é natural que estas obras apresentem deficiências importantes de comportamento ou não tenham uma resistência mínima a uma atividade mais invulgar.
A vulnerabilidade sísmica de uma determinada obra é exposta pelos seus sistemas estruturais e tipologias construtivas. Esta observação parte já de diversos danos observados em diversos tipos de locais onde ocorreram sismos. Há determinados fatores de vulnerabilidade que pesam na resistência dos edifícios face a um terramoto, nomeadamente:
- A configuração dos seus sistemas estruturais. Isto é referente a temas tais como as dimensões e forma em planta, número de pisos e disposição em altura, distribuição da massa, entre outros;
- O tipo de elementos resistentes que um edifício tem;
- Os materiais, métodos construtivos e a tecnologia próprios da região onde se localizam as construções;
- A época de construção da obra em causa;
- As disposições de dimensionamento do projeto;
- A qualidade da construção como um todo;
Neste sentido a avaliação do comportamento sísmico de edifícios existentes trata-se de um estudo necessário e premente no âmbito do panorama nacional. Em baixo explicamos mais alguns detalhes ligados ao processo.
Como deve ser realizado um Estudo de Vulnerabilidade Sísmica
Graças à entrada em vigor do Decreto-Lei 95/2019 juntamente com a portaria 302/2019, a elaboração de um relatório de avaliação de vulnerabilidade sísmica, na maioria das intervenções de reabilitação passou não só a ser uma norma obrigatória, mas também essencial.
Estão sujeitas à elaboração de relatório de avaliação de vulnerabilidade sísmica do edifício as obras de ampliação, alteração ou reconstrução, sempre que se verifique uma das seguintes condições:
- Existência de sinais evidentes de degradação da estrutura
- Alteração do comportamento estrutural do edifício
- Área intervencionada > 25% da área bruta de construção do edifício
- Custo de construção > 25% do custo de construção nova de edifício equivalente
A avaliação à vulnerabilidade sísmica é um procedimento que permite determinar a vulnerabilidade de edifícios e estruturas existentes. Com o relatório completo em mãos, o próximo passo implica definir as medidas necessárias para o seu reforço.
Este é um processo que deve ser realizado através da aplicação de uma metodologia integrada abranja os seguintes fatores:
- A caracterização da estrutura existente através de ações de inspeção e diagnóstico;
- A avaliação da resposta/segurança sísmica nas condições atuais;
- A avaliação de requisitos especiais face à classe de importância do edifício;
- A avaliação da necessidade de intervenção e elaboração de projetos de reforço sísmico.